Dengue em SP 2025 nas Escolas: Vacinação e Prevenção nas Unidades de Saúde

07/03/2025
Dengue em SP 2025 nas Escolas
Dengue em SP 2025 nas Escolas

Dengue em SP: como escolas e unidades de saúde combatem a epidemia com prevenção, educação e vacinação de crianças de 10-14 anos na emergência de 2025.

Combate à Dengue nas Escolas de São Paulo: Prevenção e Vacinação na Emergência de Saúde de 2025

O estado de São Paulo enfrenta uma grave epidemia de dengue em 2025, com mais de 124 mil casos confirmados e 113 óbitos registrados apenas nos primeiros meses do ano. Esta situação levou o governo estadual a decretar estado de emergência em saúde pública em fevereiro, mobilizando recursos e instituições para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti e reduzir o impacto da doença na população. Em resposta a esta crise sanitária, as Secretarias Municipais de Educação e Saúde de São Paulo uniram forças através do Programa Saúde na Escola, implementando estratégias integradas que transformam as instituições educacionais em centros ativos de prevenção e conscientização. Estas iniciativas representam um esforço coletivo e multissetorial para enfrentar um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade, utilizando a educação como ferramenta fundamental para mudança de comportamentos e proteção das comunidades mais vulneráveis.

Vacine crianças de 10 a 14 anos contra a dengue
Vacine crianças de 10 a 14 anos contra a dengue

A Emergência de Dengue em São Paulo em 2025

A situação epidemiológica da dengue em São Paulo atingiu níveis alarmantes no início de 2025, com uma incidência de 300 casos para cada 100 mil habitantes, ultrapassando o limiar que caracteriza uma emergência em saúde pública. O decreto estadual de emergência foi anunciado no Instituto Butantan pelo secretário Eleuses Paiva, em uma resposta à persistência e agravamento da epidemia que já afeta 225 municípios do estado, dos quais 60 já haviam instituído decretos municipais de emergência devido à doença4. Este cenário preocupante é ainda mais grave quando se observa que uma em cada quatro pessoas que desenvolveu a forma grave da doença acabou falecendo, evidenciando a letalidade do vírus e a necessidade de ações imediatas e eficazes para conter sua disseminação [5].

A porção noroeste do estado tem sido particularmente afetada, com destaque para as regiões de Araçatuba e São José do Rio Preto, esta última sendo a única cidade do país a contar com reforço federal no combate à dengue neste período. Comparativamente, as cinco primeiras semanas de 2025 mostram um crescimento mais acelerado de casos do que no mesmo período do ano anterior, indicando uma tendência de agravamento da situação epidemiológica [5]. O decreto de emergência permite que os gestores públicos destinem recursos para combater a doença com maior celeridade, dispensando a necessidade de licitação e agilizando a implementação de medidas preventivas e de controle em todo o território paulista.

Neste contexto crítico, as escolas emergem como espaços estratégicos tanto para a disseminação de informações corretas sobre a dengue quanto para a implementação de ações preventivas, uma vez que atingem diretamente crianças e adolescentes que se tornam multiplicadores de conhecimento em suas famílias e comunidades. A articulação entre saúde e educação, materializada no Programa Saúde na Escola, demonstra a compreensão de que o enfrentamento de epidemias como a dengue requer abordagens intersetoriais e participativas, capazes de mobilizar diferentes atores sociais em torno de objetivos comuns.

Compreendendo a Dengue: Causas, Sintomas e Tratamento

Mosquito Aedes aegypti transmissor da Dengue
Mosquito Aedes aegypti transmissor da Dengue

A dengue é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado por um dos quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), sendo uma doença febril aguda que pode evoluir para formas graves e potencialmente fatais. O mosquito transmissor se reproduz em água parada, proliferando-se rapidamente em regiões urbanas e periurbanas, especialmente em períodos quentes e chuvosos que caracterizam os primeiros meses do ano no estado de São Paulo. A compreensão básica destes fatores é fundamental para que a comunidade escolar possa engajar-se efetivamente nas ações de prevenção e controle propostas pelas autoridades sanitárias.

Sintomas da Dengue

Os sintomas da dengue variam de manifestações leves a quadros graves, incluindo febre alta (geralmente entre 39°C e 40°C), dor de cabeça intensa, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, náuseas e vômitos, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Em casos mais graves, o paciente pode apresentar sangramentos, dificuldade respiratória, dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, queda da pressão arterial e diminuição da função de órgãos como fígado e rins. Esta forma mais severa da doença, anteriormente conhecida como dengue hemorrágica, requer atenção médica imediata e hospitalização.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações e reduzir a letalidade da dengue. Embora não exista um tratamento específico para a infecção viral, o manejo clínico adequado, com hidratação e medicação sintomática, é fundamental para a recuperação dos pacientes. Em casos graves, a hospitalização pode ser necessária para monitoramento contínuo e intervenções mais intensivas. A orientação das comunidades escolares sobre a importância de buscar atendimento médico ao surgirem os primeiros sintomas contribui significativamente para a redução da morbimortalidade associada à dengue.

O Programa Saúde na Escola no Combate à Dengue

O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma política intersetorial que integra ações de educação e saúde com o objetivo de promover saúde e educação integral para crianças, adolescentes e jovens da rede pública de ensino. No contexto da emergência de dengue em São Paulo, o PSE assumiu um papel central na articulação de estratégias de prevenção e controle da doença no ambiente escolar, estabelecendo um canal direto entre as Secretarias Municipais de Educação e Saúde para a implementação de ações coordenadas e efetivas.

A atuação do PSE no combate à dengue baseia-se em três eixos principais: educação em saúde, prevenção de doenças e agravos, e criação de ambientes favoráveis à saúde. No primeiro eixo, são desenvolvidas atividades pedagógicas que integram conteúdos sobre a dengue ao currículo escolar, promovendo o conhecimento sobre o ciclo de vida do mosquito, formas de transmissão, sintomas da doença e medidas preventivas. Estas atividades são adaptadas às diferentes faixas etárias e contextos socioculturais, utilizando metodologias participativas que estimulam o protagonismo dos estudantes.

O segundo eixo do PSE foca na implementação de medidas preventivas concretas no ambiente escolar e seu entorno, incluindo a eliminação de criadouros potenciais do mosquito, a instalação de armadilhas para monitoramento da presença do vetor, e a articulação com os serviços de saúde para a vacinação dos estudantes na faixa etária elegível. Já o terceiro eixo busca transformar a escola em um espaço promotor de saúde, envolvendo não apenas alunos e profissionais da educação, mas também famílias e comunidades, na construção de ambientes saudáveis e livres de criadouros do Aedes aegypti.

A efetividade do PSE no combate à dengue depende do engajamento de todos os atores envolvidos e da continuidade das ações ao longo do ano, não se restringindo aos períodos de maior incidência da doença. A articulação entre profissionais da saúde e da educação, o envolvimento ativo dos estudantes e a participação da comunidade são elementos essenciais para o sucesso desta política pública no enfrentamento da epidemia de dengue em São Paulo.

Estratégias de Prevenção nas Instituições Educacionais

As instituições educacionais da Rede Municipal de Ensino (RME) de São Paulo têm implementado diversas estratégias de prevenção contra a dengue, destacando-se a criação dos Grupos Internos de Controle da Dengue em cada equipamento educacional. Estes grupos, compostos por profissionais de diferentes áreas da comunidade escolar, são responsáveis por coordenar e implementar ações preventivas, realizar inspeções regulares para identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito, e promover atividades educativas junto aos estudantes, familiares e funcionários.

Uma das estratégias mais inovadoras adotadas pelas escolas é a instalação das Armadilhas de Disseminação de Inseticida (ADI) nas Unidades Educacionais. Estas armadilhas funcionam através de um mecanismo que atrai o mosquito fêmea para depositar seus ovos e, simultaneamente, contamina o inseto com um larvicida que é transportado para outros criadouros quando o mosquito busca novos locais para oviposição. Esta técnica apresenta vantagens significativas em relação a métodos tradicionais de controle, uma vez que permite atingir criadouros de difícil acesso e não requer a aplicação massiva de inseticidas no ambiente.

Armadilhas de Disseminação de Inseticida (ADI)
Armadilhas de Disseminação de Inseticida (ADI)

Além das armadilhas, as escolas têm promovido mutirões semanais de limpeza e inspeção de áreas internas e externas, com o envolvimento de toda a comunidade escolar. Estas ações incluem a verificação de calhas, ralos, vasos de plantas, depósitos de água e outros locais que possam acumular água parada, bem como a orientação sobre a correta destinação de resíduos sólidos que possam servir como criadouros para o mosquito. A documentação destas atividades em relatórios periódicos permite o monitoramento contínuo e a avaliação da efetividade das intervenções realizadas.

As estratégias de prevenção também incorporam a dimensão educativa, com a integração de conteúdos sobre a dengue nas diferentes disciplinas do currículo escolar. Professores de ciências abordam aspectos biológicos do mosquito e do vírus; educadores físicos promovem atividades que destacam a importância da saúde e do bem-estar; professores de matemática trabalham com estatísticas e gráficos sobre a incidência da doença; e professores de língua portuguesa estimulam a produção de textos informativos e campanhas de conscientização. Esta abordagem interdisciplinar potencializa o aprendizado e favorece a incorporação de práticas preventivas no cotidiano dos estudantes e suas famílias.

Campanha de Vacinação para Crianças e Adolescentes de 10 a 14 anos

Campanha de Vacinação para Crianças e Adolescentes de 10 a 14 anos
Campanha de Vacinação para Crianças e Adolescentes de 10 a 14 anos

A vacinação contra a dengue representa um avanço significativo no controle da doença, constituindo uma barreira adicional de proteção especialmente para grupos mais vulneráveis. Em São Paulo, a campanha de vacinação implementada em 2025 tem como público-alvo crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta alta incidência da doença e boa resposta imunológica à vacina. A escolha deste grupo etário segue recomendações técnicas do Ministério da Saúde e está alinhada com a estratégia nacional de imunização contra a dengue.

A Vacina Contra Dengue: Tudo o Que Você Precisa Saber

Detalhe Informação
Idade Recomendada 10 a 14 anos
Doses Necessárias 2 doses, com intervalo de 3 meses
Eficácia 80% contra hospitalizações (Fonte: OMS)
Onde Tomar Todas as UBS, sem custo

A vacina utilizada na campanha está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, facilitando o acesso da população-alvo. Para receber a imunização, os responsáveis devem comparecer à UBS mais próxima acompanhando o menor, munidos de documento de identificação e carteira de vacinação. Não é necessário agendamento prévio, o que torna o processo mais ágil e acessível. As escolas da RME têm desempenhado papel fundamental na divulgação da campanha, enviando comunicados aos pais e responsáveis, e organizando atividades informativas sobre a importância da vacinação.

Vacina Contra Dengue
Vacina Contra Dengue

O esquema vacinal contra a dengue consiste em duas doses com intervalo de três meses entre elas, proporcionando proteção contra os quatro sorotipos do vírus. A eficácia global da vacina é de aproximadamente 80% contra casos sintomáticos, e sua maior contribuição está na redução de formas graves da doença e hospitalizações. É importante ressaltar que, mesmo vacinados, os indivíduos devem manter as medidas preventivas contra o mosquito transmissor, uma vez que a proteção conferida pela vacina não é total e a circulação do vírus na comunidade ainda representa risco para pessoas não imunizadas.

O Instituto Butantan tem desempenhado papel crucial no desenvolvimento da vacina de dose única contra a dengue, que se encontra em fase final de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esta vacina representa uma esperança adicional no controle da doença, especialmente por simplificar o esquema de imunização e potencialmente ampliar a cobertura vacinal. Embora ainda não estejam divulgados planos ou prazos para produção e disponibilização em massa deste novo imunizante, sua aprovação representará um avanço importante para a saúde pública brasileira4.

Engajamento Comunitário no Controle da Dengue

Emergência de Dengue em São Paulo 2025
Emergência de Dengue em São Paulo 2025

O controle efetivo da dengue transcende as fronteiras das instituições de saúde e educação, requerendo o engajamento ativo de toda a comunidade. As escolas da Rede Municipal de Ensino de São Paulo têm promovido diversas iniciativas para envolver famílias e residentes locais nas ações de prevenção e controle do mosquito transmissor, reconhecendo que o enfrentamento da epidemia demanda esforços coletivos e contínuos. Estas iniciativas buscam transformar cada cidadão em um agente de saúde pública, capaz de identificar e eliminar criadouros do Aedes aegypti em sua residência e entorno.

Reuniões periódicas com pais e responsáveis são realizadas nas escolas para compartilhar informações sobre a situação epidemiológica da dengue na região, orientar sobre medidas preventivas e esclarecer dúvidas sobre a doença e a vacinação. Nestas ocasiões, são distribuídos materiais informativos e realizadas demonstrações práticas de como eliminar criadouros do mosquito, como proteger reservatórios de água e como reconhecer os sintomas da dengue para buscar atendimento médico oportuno. O envolvimento das famílias amplia o alcance das ações preventivas e fortalece a vigilância comunitária contra o vetor.

As escolas também têm atuado como polos irradiadores de campanhas educativas para toda a comunidade, organizando eventos abertos como feiras de saúde, caminhadas de conscientização e mutirões de limpeza em áreas públicas do entorno escolar. Nestas ações, os próprios estudantes assumem o protagonismo, atuando como multiplicadores de informações e agentes de mudança em suas comunidades. Esta abordagem não apenas aumenta o alcance das mensagens preventivas, mas também fortalece o senso de responsabilidade social e cidadania entre os jovens.

A articulação com outras instituições e organizações comunitárias tem sido fundamental para potencializar o impacto das ações de controle da dengue. Parcerias com associações de bairro, igrejas, comércios locais e outros equipamentos sociais permitem atingir diferentes públicos e contextos, criando uma rede de proteção mais ampla e eficaz. Estas parcerias facilitam a disseminação de informações, a identificação de áreas prioritárias para intervenção e a mobilização de recursos adicionais para o enfrentamento da epidemia.

Estratégias de Longo Prazo para o Controle da Dengue

O enfrentamento efetivo da dengue requer não apenas ações emergenciais durante períodos epidêmicos, mas também estratégias sustentáveis de longo prazo que abordem os determinantes ambientais e sociais da doença. As Secretarias Municipais de Educação e Saúde de São Paulo têm trabalhado em conjunto para desenvolver e implementar políticas públicas que visam reduzir progressivamente a incidência da dengue e outras arboviroses na cidade, integrando estas ações ao planejamento urbano e à gestão ambiental do município.

Uma das estratégias fundamentais é a institucionalização permanente do tema da prevenção às arboviroses no currículo escolar, garantindo que o conhecimento sobre estas doenças e suas formas de prevenção seja transmitido de forma contínua às novas gerações. Esta abordagem educativa de longo prazo visa criar uma cultura de prevenção e cuidado com o ambiente, formando cidadãos conscientes e engajados na promoção da saúde coletiva. Os materiais didáticos e as metodologias pedagógicas são constantemente atualizados para incorporar novos conhecimentos científicos e adaptar-se às mudanças nos perfis epidemiológicos das doenças.

O investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico representa outra frente importante para o controle sustentável da dengue. O Instituto Butantan, em colaboração com instituições acadêmicas e centros de pesquisa, tem liderado esforços para o desenvolvimento de novas vacinas, métodos diagnósticos mais rápidos e precisos, e estratégias inovadoras de controle vetorial. Estas inovações tecnológicas, quando incorporadas às políticas públicas de saúde e educação, potencializam a eficácia das intervenções e permitem uma resposta mais ágil e eficiente às emergências sanitárias.

As mudanças climáticas representam um desafio adicional para o controle da dengue, uma vez que alterações nos padrões de temperatura e precipitação podem favorecer a proliferação do mosquito transmissor e ampliar sua distribuição geográfica. Neste contexto, as estratégias educacionais também abordam a relação entre mudanças climáticas e saúde, promovendo práticas sustentáveis que contribuem tanto para a mitigação dos efeitos do aquecimento global quanto para a prevenção de doenças transmitidas por vetores.

A integração entre políticas de saneamento básico, habitação, urbanismo e saúde pública é essencial para reduzir os fatores ambientais que favorecem a proliferação do Aedes aegypti. As escolas têm contribuído para esta integração ao promover discussões sobre desenvolvimento urbano sustentável, direito à cidade e responsabilidade socioambiental, formando cidadãos capazes de participar ativamente na construção de ambientes urbanos mais saudáveis e equitativos.

Impacto das Ações Educativas na Prevenção da Dengue

As iniciativas desenvolvidas conjuntamente pelas Secretarias de Educação e Saúde através do Programa Saúde na Escola têm demonstrado resultados promissores na prevenção e controle da dengue em São Paulo. Estudos de avaliação realizados em unidades educacionais da RME indicam mudanças significativas nos conhecimentos, atitudes e práticas de estudantes, educadores e familiares em relação à doença e seu vetor, evidenciando o potencial transformador da educação em saúde quando implementada de forma sistemática e contextualizada.

Entre os impactos observados, destaca-se o aumento expressivo no nível de conhecimento sobre o ciclo de vida do mosquito, formas de transmissão do vírus e medidas preventivas entre estudantes de diferentes faixas etárias. Este conhecimento tem se traduzido em práticas concretas de eliminação de criadouros tanto no ambiente escolar quanto nas residências, com redução significativa na presença de larvas do Aedes aegypti nos levantamentos entomológicos realizados periodicamente. A apropriação deste conhecimento pelos estudantes os transforma em multiplicadores de informações corretas e práticas preventivas em suas famílias e comunidades.

O aumento da cobertura vacinal contra a dengue entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos nas áreas de abrangência das escolas que implementaram ações educativas específicas sobre imunização demonstra a eficácia desta abordagem na promoção da adesão à vacinação. Ao compreenderem a importância da vacina como medida de proteção individual e coletiva, os estudantes e suas famílias mostram-se mais receptivos à imunização, contribuindo para o alcance das metas de cobertura vacinal estabelecidas pelas autoridades sanitárias.

A redução da incidência de casos de dengue em áreas onde as escolas desenvolvem ações integradas de prevenção é outro indicador importante do impacto destas iniciativas. Embora múltiplos fatores influenciem a dinâmica de transmissão da doença, estudos comparativos entre regiões com diferentes níveis de implementação de ações educativas nas escolas sugerem uma correlação negativa entre a intensidade destas ações e a ocorrência de novos casos, especialmente em áreas socialmente vulneráveis onde o acesso a informações de saúde é mais limitado.

FAQ - Combate à Dengue nas Escolas de São Paulo

Perguntas Frequentes sobre a Epidemia de Dengue em São Paulo

A emergência de dengue em São Paulo em 2025 foi causada por uma alta incidência da doença, com mais de 124 mil casos confirmados e 113 óbitos nos primeiros meses do ano. O estado atingiu 300 casos para cada 100 mil habitantes, ultrapassando o limiar epidêmico. Fatores como condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, circulação simultânea de diferentes sorotipos do vírus e áreas com infraestrutura urbana inadequada contribuíram para esta situação crítica que afetou 225 municípios do estado.
Os pais devem ficar atentos aos seguintes sintomas: febre alta (39°C a 40°C), dor de cabeça intensa, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, náuseas, vômitos, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Nos casos mais graves, podem ocorrer sangramentos, dificuldade respiratória, dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e queda da pressão arterial. É fundamental buscar atendimento médico imediatamente ao notar estes sintomas, especialmente em crianças, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem prevenir complicações graves.
Em São Paulo, a campanha de vacinação contra a dengue tem como público-alvo crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Esta faixa etária foi escolhida seguindo recomendações técnicas do Ministério da Saúde por apresentar alta incidência da doença e boa resposta imunológica à vacina. A escolha deste grupo etário está alinhada com a estratégia nacional de imunização contra a dengue e visa proteger uma população considerada vulnerável, além de criar uma barreira epidemiológica que pode contribuir para reduzir a circulação do vírus na comunidade.
A vacina contra a dengue está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de São Paulo. Para receber a imunização, os responsáveis devem comparecer à UBS mais próxima acompanhando o menor, munidos de documento de identificação e carteira de vacinação. Não é necessário agendamento prévio para receber a vacina, o que torna o processo mais ágil e acessível para as famílias. As escolas da Rede Municipal de Ensino têm enviado comunicados aos pais informando sobre a disponibilidade da vacina e incentivando a imunização.
O esquema vacinal contra a dengue consiste em duas doses com intervalo de três meses entre elas. Este esquema proporciona proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A eficácia global da vacina é de aproximadamente 80% contra casos sintomáticos, sendo sua maior contribuição a redução de formas graves da doença e hospitalizações. É importante ressaltar que, mesmo após a vacinação completa, as medidas preventivas contra o mosquito transmissor devem ser mantidas, pois a proteção conferida pela vacina não é total.
As escolas da Rede Municipal de Ensino de São Paulo implementaram diversas estratégias para prevenir surtos de dengue, incluindo: criação dos Grupos Internos de Controle da Dengue em cada unidade educacional; instalação de Armadilhas de Disseminação de Inseticida (ADI); realização de mutirões semanais de limpeza e inspeção de áreas internas e externas; integração de conteúdos sobre dengue nas diferentes disciplinas do currículo escolar; promoção de atividades educativas para estudantes, familiares e funcionários; envio de comunicados sobre a campanha de vacinação; e organização de eventos como feiras de saúde e caminhadas de conscientização.
As Armadilhas de Disseminação de Inseticida (ADI) são dispositivos inovadores instalados nas Unidades Educacionais para controle do mosquito Aedes aegypti. Elas funcionam através de um mecanismo que atrai o mosquito fêmea para depositar seus ovos e, simultaneamente, contamina o inseto com um larvicida. Quando o mosquito contaminado busca outros locais para oviposição, ele transfere o larvicida para esses criadouros. Esta técnica apresenta vantagens em relação a métodos tradicionais de controle, pois permite atingir criadouros de difícil acesso sem necessidade de aplicação massiva de inseticidas no ambiente.
As famílias podem prevenir a dengue em casa através de ações simples e eficazes: verificar semanalmente e eliminar possíveis criadouros do mosquito, como pratos de plantas, garrafas, pneus e outros objetos que possam acumular água; manter caixas d'água, cisternas e outros reservatórios bem tampados; limpar calhas e ralos regularmente; colocar areia nos pratos de plantas; guardar garrafas vazias viradas para baixo; descartar corretamente o lixo; usar telas em janelas e portas; utilizar repelentes aprovados pela ANVISA em áreas de risco; e participar de ações comunitárias de limpeza e conscientização promovidas pelas escolas e unidades de saúde.
O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma política intersetorial que integra ações de educação e saúde para promover saúde integral aos estudantes da rede pública. No combate à dengue, o PSE atua em três eixos: educação em saúde (atividades pedagógicas sobre o ciclo do mosquito, transmissão, sintomas e prevenção); prevenção de doenças (eliminação de criadouros, instalação de armadilhas e apoio à vacinação); e criação de ambientes saudáveis (envolvendo alunos, educadores, famílias e comunidades). Esta articulação entre saúde e educação é fundamental para disseminar informações corretas e promover práticas preventivas sustentáveis nas comunidades escolares.
Se houver suspeita de dengue, procure atendimento médico imediatamente na Unidade Básica de Saúde mais próxima ou em serviços de pronto atendimento. Não se automedique, especialmente com medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS), pois podem aumentar o risco de sangramentos. Antes da consulta médica, mantenha a hidratação com água, sucos naturais e soro caseiro. Fique atento aos sinais de alerta que podem indicar gravidade: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramentos, sonolência ou irritabilidade excessiva, hipotensão e diminuição repentina da temperatura corporal. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações.

Conclusão: A Educação como Pilar do Controle da Dengue

A emergência em saúde pública decretada em São Paulo em fevereiro de 2025 devido à epidemia de dengue evidenciou a necessidade de abordagens intersetoriais e participativas para o enfrentamento de desafios sanitários complexos. Neste contexto, a articulação entre as Secretarias Municipais de Educação e Saúde através do Programa Saúde na Escola tem se mostrado uma estratégia eficaz para mobilizar diferentes atores sociais em torno de objetivos comuns de prevenção e controle da doença, transformando as instituições educacionais em espaços privilegiados de promoção da saúde e construção de cidadania.

As diversas iniciativas implementadas nas escolas da RME, como a criação dos Grupos Internos de Controle da Dengue, a instalação de armadilhas para monitoramento do vetor, a integração de conteúdos sobre a doença no currículo escolar e a promoção da vacinação entre estudantes elegíveis, demonstram o potencial da educação como ferramenta de transformação social e promoção da saúde coletiva. Ao envolver ativamente estudantes, educadores, famílias e comunidades nas ações de prevenção, estas iniciativas contribuem para a formação de uma consciência sanitária que transcende o contexto imediato da epidemia e se incorpora às práticas cotidianas da população.

O enfrentamento sustentável da dengue e outras arboviroses requer compromisso político, investimento em pesquisa e desenvolvimento, fortalecimento dos sistemas de saúde e educação, e participação ativa da sociedade civil. A experiência de São Paulo durante a emergência sanitária de 2025 oferece lições valiosas sobre a importância da integração entre políticas públicas, da valorização do conhecimento científico e da educação como elementos centrais para a construção de comunidades mais saudáveis e resilientes frente aos desafios sanitários contemporâneos.

A batalha contra a dengue não se restringe a períodos epidêmicos ou a ações pontuais de controle vetorial; trata-se de um compromisso contínuo com a promoção de ambientes saudáveis e com a formação de cidadãos conscientes de seu papel na preservação da saúde individual e coletiva. Neste sentido, as escolas continuarão a desempenhar função estratégica como espaços de produção e disseminação de conhecimentos, valores e práticas que contribuem para a prevenção de doenças e a promoção da qualidade de vida em toda a sociedade.



Fontes:

  1. Brasil61. Dengue: São Paulo concentra quase 60% dos casos no país em 2025. Disponível em: https://brasil61.com/n/dengue-sao-paulo-concentra-quase-60-dos-casos-no-pais-em-2025-bras2513469. Acesso em: 07 mar. 2025.

  2. Agência Brasil. Com 300 casos por 100 mil habitantes, SP entra em epidemia de dengue. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-02/com-300-casos-por-100-mil-habitantes-sp-entra-em-epidemia-de-dengue. Acesso em: 07 mar. 2025.

  3. Jornal da Unesp. Alta incidência de casos de dengue preocupa autoridades, e número de óbitos em SP já alcança três dezenas. Disponível em: https://jornal.unesp.br/2025/02/07/alta-incidencia-de-casos-de-dengue-preocupa-autoridades-e-numero-de-obitos-em-sp-ja-alcanca-tres-dezenas/. Acesso em: 07 mar. 2025.

  4. AMB. Brasil tem 109 mortes registradas por dengue em 2025; São Paulo lidera com 87 óbitos. Disponível em: https://amb.org.br/noticias/brasil-tem-109-mortes-registradas-por-dengue-em-2025-sao-paulo-lidera-com-87-obitos/. Acesso em: 07 mar. 2025.

  5. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde atualiza dados de casos de dengue no Brasil. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/janeiro/ministerio-da-saude-atualiza-dados-de-casos-de-dengue-no-brasil. Acesso em: 07 mar. 2025.

  6. Ministério da Saúde. Brasil registra redução de aproximadamente 60% nos casos de dengue em 2025. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/fevereiro/brasil-registra-reducao-de-aproximadamente-60-nos-casos-de-dengue-em-2025. Acesso em: 07 mar. 2025.

  7. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Dengue: pesquisadores de SP alertam para necessidade de vigilância para ressurgimento do sorotipo 3. Disponível em: https://www.saude.sp.gov.br/coordenadoria-de-controle-de-doencas/noticias/23012025-dengue-pesquisadores-de-sp-alertam-para-necessidade-de-vigilancia-para-ressurgimento-do-sorotipo-3. Acesso em: 07 mar. 2025.

  8. Prefeitura Municipal de São PauloSecretaria Municipal da Saúde Estratégia de Vacinação contra a Dengue. https://capital.sp.gov.br/web/saude/w/vigilancia_em_saude/vacinacao/363984

  9. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Coordenadoria de Controle de Doenças. 19/02/2025 - Governo de SP decreta emergência para dengue e anuncia investimentos para assistência aos pacientes. Disponível em: https://saude.sp.gov.br/coordenadoria-de-controle-de-doencas/noticias/19022025-governo-de-sp-decreta-emergencia-para-dengue-e-anuncia-investimentos-para-assistencia-aos-pacientes

  10. Secretaria de Saúde de São Paulo - Dengue 100 Dúvidas. O site reúne as 100 perguntas mais frequentes sobre a dengue, zika e chikungunya nos buscadores de internet. Disponível em: https://www.dengue100duvidas.sp.gov.br/