Por que o Japão sofre muitos terremotos e o Brasil não?

02/01/2024
Imagem de terremotos
Imagem de terremotos

Um terremoto de magnitude 7,6 atingiu o Japão nas primeiras horas de 1º de janeiro de 2024, resultando em sérios danos e um alerta de tsunami. A região oeste do país foi afetada, com relatos de destruição e deslocamento de quase 100 mil habitantes. Pelo menos seis pessoas perderam a vida devido ao tremor, e imagens mostram estragos significativos, incluindo incêndios e rachaduras no solo. O governo japonês emitiu alertas de evacuação, destacando a gravidade da situação. 

Por que o Japão sofre muitos terremotos E o Brasil não?

O Japão sofre muitos terremotos devido à sua localização no Círculo de Fogo do Pacífico, uma região caracterizada por intensa atividade sísmica e vulcânica, resultante do encontro de placas tectônicas. O país está situado sobre a união de três placas tectônicas (do Pacífico, Filipinas e Eurasiana), o que gera movimentos constantes e provoca terremotos. Essa dinâmica também está relacionada à subducção, processo em que uma placa mergulha sob outra, gerando atividade sísmica.

Por outro lado, o Brasil não sofre tantos terremotos porque está localizado no centro da Placa Sul-Americana, afastado das áreas de contato entre placas tectônicas. A estabilidade dessa placa reduz a ocorrência de movimentos sísmicos significativos no território brasileiro. A ausência de limites de placas ativos é um fator crucial para a baixa atividade sísmica no Brasil.

Qual é a relação entre tsunamis e terremotos?

Os tsunamis e os terremotos estão interligados, sendo que a ocorrência de tsunamis frequentemente está associada a terremotos submarinos. Quando um terremoto acontece no fundo do oceano, ele pode deslocar grandes volumes de água, criando ondas poderosas que se propagam pela superfície do mar em direção às áreas costeiras. A energia liberada pelo terremoto subaquático é transferida para a água, gerando um tsunami.

Em termos simples, os terremotos submarinos são uma das principais causas de tsunamis. Quando as placas tectônicas se movem, seja por subducção (mergulho de uma placa sob outra) ou outras formas de interação, ocorrem os terremotos, especialmente nas regiões de subducção. Esse movimento pode gerar deslocamentos de água significativos, resultando na formação de tsunamis.

A diferença na nomenclatura entre terremotos e tsunamis está relacionada ao local onde ocorrem. Terremotos referem-se aos abalos sísmicos em áreas terrestres, enquanto tsunamis são ondas gigantes geradas por eventos sísmicos no fundo do oceano.

Por que o Japão está no Círculo de Fogo do Pacífico?

O Japão está localizado no Círculo de Fogo do Pacífico devido à sua posição geográfica em uma região de intensa atividade tectônica. O Círculo de Fogo do Pacífico é uma área em forma de ferradura que concentra uma série de arcos de ilhas vulcânicas, fossas oceânicas e cadeias de montanhas. Esta região é marcada pela presença de uma das maiores placas tectônicas do planeta, a Placa do Pacífico, que tem 70 milhões de quilômetros quadrados.

O Círculo de Fogo do Pacífico recebeu esse nome devido à recorrência de atividades vulcânicas e abalos sísmicos, sendo reconhecido como a área mais tectonicamente ativa do mundo. A localização do Japão no Círculo de Fogo do Pacífico expõe o país a uma elevada incidência de terremotos e atividades vulcânicas.

Países e regiões próximos ou inseridos no Círculo de Fogo do Pacífico incluem o Japão, Alasca, costa sul e Ilhas Aleutas (pertencentes aos Estados Unidos), costa oeste do Canadá, Estados Unidos, México, Tailândia, Indonésia, entre outros. A atividade geológica nessa região é resultado dos limites das placas tectônicas, onde terremotos e vulcões coincidem e se concentram ao redor do oceano Pacífico.

Como funcionam as placas tectônicas?

A Teoria das Placas Tectônicas explica que a crosta terrestre é fragmentada em grandes blocos semirrígidos, conhecidos como placas. Essas placas cobrem tanto os continentes como as profundezas dos oceanos e movem-se sobre o magma, impulsionadas por forças originadas no interior da Terra. Esse movimento das placas resulta em um contínuo processo de pressão e deformação nas grandes massas de rocha. Quando duas placas se chocam ou se raspam, ocorre um acúmulo de pressão que provoca movimentos bruscos, dando origem a terremotos e outros eventos geológicos.

Os movimentos das placas tectônicas são responsáveis por diversos fenômenos geográficos, como vulcões, terremotos e tsunamis. Essa dinâmica também foi fundamental para a formação dos continentes e a configuração do mapa da Terra. As placas tectônicas podem apresentar movimentos divergentes ou convergentes, e a camada externa e sólida da Terra é composta por esses gigantescos blocos.

Principais placas tectônicas incluem a Placa do Pacífico, uma placa oceânica que abrange a maior parte do oceano Pacífico. Essas placas movimentam-se sobre a camada parcialmente derretida do manto terrestre, impulsionadas pelas correntes de convecção. O movimento das placas é um processo contínuo, e a interação entre elas é crucial para a compreensão de fenômenos geológicos e a dinâmica da superfície terrestre.

Onde ficam as placas tectônicas no Brasil?

O Brasil está localizado sobre a Placa Sul-Americana, que é uma das principais placas tectônicas. Essa placa possui mais de 43 milhões de km² e cerca de 200 quilômetros de largura. Devido à posição central do Brasil sobre essa placa, o país não experimenta tantos abalos sísmicos em comparação com áreas localizadas em bordas de placas tectônicas. O movimento da Placa Sul-Americana, no entanto, é constante, e os fenômenos geológicos associados, como vulcões e terremotos, são resultados desse movimento.

As placas tectônicas, incluindo a Placa Sul-Americana, são blocos semirrígidos que formam a crosta terrestre. Essas placas movem-se constantemente devido à ação do magma do manto, causando afastamento ou aproximação umas das outras. Embora esses movimentos sejam lentos, são contínuos e desencadeiam eventos geológicos importantes.

O Brasil, por estar localizado no centro da Placa Sul-Americana, não é propenso a terremotos intensos. Em agosto de 2022, foram registrados terremotos de pequena intensidade na costa do estado do Rio Grande do Norte, evidenciando a ocorrência de atividade sísmica leve no país. 

Onde ocorrem os terremotos no Brasil?

Os terremotos no Brasil são fenômenos mais comuns do que muitas pessoas imaginam, embora não sejam frequentes e, geralmente, ocorram com baixa intensidade. O país está situado no centro da Placa Sul-Americana, o que significa que o deslocamento das placas tectônicas geralmente não causa abalos significativos no Brasil. No entanto, o território nacional possui falhas geológicas ao longo de sua extensão e a construção de megacidades costeiras, o que contribui para a ocorrência de tremores em algumas regiões.

As regiões mais propensas a terremotos no Brasil são aquelas próximas às placas tectônicas, como o oeste da América do Sul, onde está localizada a Placa de Nazca e a Placa Sul-Americana. Além disso, em áreas onde novas placas estão se formando, como no oceano Pacífico, onde se localiza o Cinturão de Fogo, também podem ocorrer abalos sísmicos.

Apesar de o Brasil registrar terremotos, estes geralmente são de magnitude baixa, o que não permite que a população os sinta na superfície. Algumas zonas sismogênicas mais ativas no Brasil incluem João Câmara no Rio Grande do Norte, Palhano no Ceará e Agreste de Pernambuco.

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