Conflito entre Israel e Hamas: Conheça os Principais Envolvidos e Causas

14/10/2023

O conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas é um embate complexo que tem sido palco de tensões por mais de 70 anos. Este artigo explora a dinâmica desse conflito que abrange questões geopolíticas e religiosas profundamente enraizadas. Para entender esse confronto em andamento, é crucial conhecer os principais envolvidos e suas perspectivas.

Entendendo a Atual Situação

O recente ataque do Hamas a Israel desencadeou uma nova onda de violência. Especialistas preveem que Israel pode intensificar sua resposta, buscando resgatar reféns e tomar ações enérgicas contra o Hamas. Esse conflito é um impasse complexo, uma vez que envolve reivindicações territoriais, segurança e questões religiosas.

As Origens do Conflito

O conflito entre Israel e Palestina remonta à década de 1940, logo após a Segunda Guerra Mundial. O aumento do fluxo migratório de judeus para a região alterou significativamente a composição demográfica, gerando atritos com a população árabe-palestina. Com o fim do mandato britânico sobre a Palestina, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs em 1947 a criação de dois estados. No entanto, os árabes rejeitaram o acordo alegando desigualdade de recursos naturais. Apesar disso, Israel declarou sua independência em 1948, desencadeando uma série de conflitos e a expansão de suas fronteiras.

A Guerra dos Seis Dias, ocorrida entre 5 e 10 de junho de 1967, foi um marco crucial, durante a qual Israel tomou territórios adicionais, ampliando seu tamanho original. Segundo o cientista político Leonardo Paz, a situação se agrava devido à soberania de Israel sobre a Faixa de Gaza, onde o Hamas exerce influência. A expectativa era de que uma nova onda de violência ocorresse, como a que testemunhamos recentemente.

As Nações Unidas e a Proposta de Dois Estados

Após o fim do mandato britânico sobre a Palestina, a Organização das Nações Unidas (ONU) procurou uma solução. Em 1947, a ONU propôs a criação de dois estados independentes, mas os árabes-palestinos rejeitaram o acordo, alegando que os judeus ficariam com as terras mais ricas em recursos naturais. No entanto, em 1948, Israel declarou sua independência, desencadeando conflitos violentos e uma expansão constante de suas fronteiras. Os palestinos foram divididos entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, dois territórios sem conexão por terra.

A Guerra dos Seis Dias

Foi na Guerra dos Seis Dias, ocorrida entre 5 e 10 de junho de 1967, que Israel tomou controle de vários territórios, ampliando seu território original. O cientista político Leonardo Paz, professor de Relações Internacionais e pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getulio Vargas (NPII/FGV), destaca que essa guerra teve um impacto significativo no conflito.

Principais Envolvidos no Conflito

Para entender melhor o conflito em curso, é essencial conhecer os principais atores envolvidos:

Israel

O Estado de Israel foi fundado em 1948 e tem sido palco de numerosos conflitos desde então. Atualmente, suas fronteiras incluem o Líbano ao norte, a Síria a nordeste, a Jordânia e a Cisjordânia a leste, o Egito ao sudoeste e o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul. Jerusalém, com seu significado religioso para judeus, cristãos e muçulmanos, é um ponto central do conflito. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lidera o país desde 2022 e é o político que mais tempo esteve à frente do governo israelense na história.

Palestina

Os palestinos reivindicam soberania sobre a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental como sua capital. A independência da Palestina foi declarada em 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). No entanto, a maioria dessas áreas está sob controle israelense desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, e o status de Estado da Palestina é amplamente contestado.

OLP (Organização para a Libertação da Palestina)

A OLP foi criada em 1964 com o objetivo de buscar a libertação da Palestina por meios armados. No entanto, ao longo dos anos, a organização mudou sua postura para apoiar a solução de dois estados, onde Israel e Palestina coexistiriam. Esse movimento foi marcado pelo reconhecimento mútuo entre a OLP e Israel, representando um ponto de viragem no conflito.

ANP (Autoridade Nacional Palestina)

O Acordo de Oslo, assinado em 1993, resultou na criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Esta entidade autônoma é responsável pela administração dos territórios palestinos enquanto as negociações de paz estão em andamento. A ANP tem controle sobre algumas áreas, mas muitas permanecem sob controle militar de Israel.

Fatah

O Fatah é uma das principais forças políticas dentro da OLP e é considerado um grupo nacionalista e secular. Fundado em 1959, é visto como mais moderado que o Hamas e tem maior influência na Cisjordânia.

Hamas

O Hamas, por sua vez, é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e Israel. Sua criação remonta a 1987, e o grupo busca a independência de um Estado Palestino. No entanto, o Hamas não reconhece o Estado de Israel, o que gera um impasse fundamental no conflito.

Hezbollah

O Hezbollah, aliado do Hamas, emergiu durante a Guerra Civil do Líbano entre 1980 e 1990. Enquanto é visto como um movimento legítimo de resistência no mundo islâmico xiita, é considerado uma organização terrorista no mundo ocidental. O Hezbollah é conhecido por seus ataques de guerrilha contra Israel e sua influência no Oriente Médio.

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Conclusão

O conflito entre Israel e Hamas é complexo e duradouro, com raízes profundas em questões territoriais, religiosas e políticas. Entender os principais envolvidos é crucial para compreender a dinâmica desse impasse. A busca por soluções que considerem as aspirações legítimas de ambos os lados continua a ser um desafio global e uma questão importante na política internacional. À medida que o conflito persiste, a busca por um entendimento mútuo e uma solução pacífica continua a ser uma prioridade essencial para a comunidade internacional.

A questão territorial, a luta por Jerusalém e a falta de reconhecimento mútuo entre as partes desempenham um papel fundamental na manutenção do conflito. A divergência sobre a soberania do território, a segurança e a perspectiva de um Estado Palestino independente são obstáculos significativos para a resolução do conflito.

Fonte: Agência Brasil - Saiba quem são os envolvidos no conflito entre Israel e Hamas