Como foi a conquista do voto feminino no Brasil?

A conquista do voto feminino no Brasil foi um processo gradual e marcado por intensas mobilizações e lutas do movimento sufragista brasileiro.

No final do século XIX e início do século XX, surgiram as primeiras organizações de mulheres que reivindicavam o direito ao voto. Uma das principais entidades foi a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher, fundada em 1919 por Bertha Lutz e outras mulheres.

A luta pelo voto feminino ganhou força na década de 1920, quando diversas manifestações foram organizadas em várias partes do país. Em 1922, a primeira proposta de emenda constitucional para conceder o direito ao voto às mulheres foi apresentada na Câmara dos Deputados, mas acabou sendo arquivada.

A mobilização das mulheres só foi reconhecida pelo Estado em 1932, quando o Código Eleitoral foi reformulado e incluiu o direito ao voto feminino. As mulheres brasileiras puderam votar pela primeira vez nas eleições de 1934.

No entanto, algumas restrições ainda persistiam. Apenas as mulheres casadas e com renda própria podiam votar, o que excluía a grande maioria da população feminina. Foi somente em 1946, com a Constituição Federal, que todas as mulheres brasileiras maiores de 18 anos foram oficialmente reconhecidas como eleitoras.

Quem foi a primeira mulher a ter o direito ao voto no Brasil? 

No Brasil, a primeira eleitora a exercer o direito ao voto foi a paulista Celina Guimarães Viana. Ela nasceu em 15 de julho de 1890 em Mossoró, no Rio Grande do Norte, mas mudou-se para a cidade de Lapa, no Paraná, onde se casou com o advogado Antônio Gomes de Freitas. Em 1927, Celina ingressou com um pedido na Justiça Eleitoral para ter o direito ao voto nas eleições municipais daquele ano. O pedido foi negado, mas Celina recorreu e, em 25 de outubro de 1927, o juiz da 1ª Zona Eleitoral da Lapa, Luiz Carlos de Oliveira Guimarães, autorizou que ela pudesse votar. Assim, no dia 6 de novembro de 1927, Celina Guimarães se tornou a primeira mulher a votar no Brasil, abrindo caminho para a conquista do direito ao voto feminino em todo o país.

A conquista do voto feminino no Brasil foi um importante marco na luta pela igualdade de gênero e pelo reconhecimento dos direitos das mulheres.

Qual a porcentagem de mulheres eleitas no Brasil em relação aos homens?

 No Brasil, as mulheres ainda são minoria nos cargos eletivos. Nas eleições de 2020, as mulheres representaram cerca de 33,8% do total de candidatos, enquanto os homens foram 66,1%, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em relação às eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados, a porcentagem de mulheres eleitas em 2018 foi de 15%, com 77 deputadas eleitas, enquanto os homens foram 85% dos eleitos. Para o Senado Federal, a porcentagem de mulheres eleitas em 2018 foi de 12%, com 12 senadoras eleitas, enquanto os homens foram 88% dos eleitos.

Apesar de ainda haver uma desigualdade de gênero na representação política no Brasil, é importante destacar que houve um avanço significativo nas últimas décadas. Em 1990, apenas 5% das cadeiras na Câmara dos Deputados eram ocupadas por mulheres, e em 2018 esse número subiu para 15%. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas é importante reconhecer o progresso alcançado até o momento.

Fonte: Redação Pro Atitude Educacional

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