Bullying Algorítmico: Como as Redes Sociais Podem Promover o Cyberbullying

11/07/2024
Bullying Algorítmico
Bullying Algorítmico

Saiba como os algoritmos das redes sociais podem amplificar o bullying virtual, criando bolhas de ódio e isolando as vítimas. Saiba como identificar, prevenir e denunciar o cyberbullying. 

Bullying Algorítmico: O Lado Obscuro das Redes Sociais e o Impacto na Vida de Crianças e Adolescentes

O avanço da tecnologia trouxe muitas facilidades para a nossa vida, mas também trouxe desafios, como o cyberbullying ou bullying virtual. As redes sociais, que deveriam ser espaços de conexão e troca, podem se tornar ambientes tóxicos onde o assédio online prospera. Um dos fatores que contribuem para isso são os algoritmos que regem essas plataformas. Eles podem, inadvertidamente, amplificar conteúdos negativos, criar bolhas de ódio e isolar ainda mais as vítimas. Neste artigo, vamos explorar o conceito de bullying algorítmico, entender como ele funciona e discutir maneiras de combatê-lo.

O que é Bullying Algorítmico?

Cyberbullying e os Algoritmos das Redes Sociais

O cyberbullying é uma forma de bullying que ocorre online. Ele pode incluir mensagens de texto, postagens em redes sociais, e-mails e outros meios digitais para intimidar, ameaçar ou humilhar alguém. Os algoritmos das redes sociais desempenham um papel crucial na disseminação dessas interações negativas. Projetados para maximizar o engajamento, os algoritmos tendem a priorizar conteúdos que geram mais reações – e, infelizmente, o conteúdo negativo frequentemente gera mais engajamento do que o positivo.

Amplificação de Conteúdo Negativo

Os algoritmos das redes sociais são programados para mostrar aos usuários conteúdos que possam interessá-los, com base em suas interações anteriores. No entanto, isso pode levar à amplificação de conteúdo negativo. Por exemplo, se uma postagem de bullying recebe muitas reações – seja curtidas, comentários ou compartilhamentos – ela pode ser exibida para um público ainda maior, aumentando o alcance do assédio online.

Bolhas de Ódio e Isolamento das Vítimas

Criação de Bolhas de Ódio

Outra consequência dos algoritmos é a criação de bolhas de ódio. As redes sociais tendem a agrupar pessoas com interesses semelhantes, o que pode ser positivo. No entanto, isso também pode levar à formação de grupos que compartilham ideias negativas e preconceituosas. Dentro dessas bolhas, o bullying virtual pode ser normalizado e até encorajado, criando um ambiente tóxico e perigoso para os envolvidos.

Isolamento das Vítimas

As vítimas de cyberbullying frequentemente se sentem isoladas e impotentes. Os algoritmos podem agravar esse isolamento ao mostrar repetidamente conteúdo relacionado ao assédio online que sofreram. Isso pode fazer com que a vítima se sinta constantemente perseguida e sem escapatória, exacerbando os efeitos negativos do bullying em sua saúde mental.

Exemplos de Cyberbullying

Sinais de Cyberbullying

Identificar o cyberbullying pode ser desafiador, mas alguns sinais incluem:

  • Mudanças repentinas no comportamento online.
  • Evitar o uso de dispositivos digitais.
  • Apresentar sinais de estresse ou ansiedade após usar a internet.
  • Mensagens, comentários ou postagens ofensivas e ameaçadoras.

Consequências do Cyberbullying

As consequências do cyberbullying podem ser devastadoras. Elas incluem:

  • Problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e estresse.
  • Desempenho acadêmico prejudicado.
  • Isolamento social.
  • Em casos extremos, o cyberbullying pode levar ao suicídio.

Prevenção e Denúncia do Cyberbullying

Como Prevenir o Cyberbullying

A prevenção do cyberbullying requer uma abordagem multifacetada:

  1. Educação: Ensinar os alunos sobre os perigos do cyberbullying e como se proteger.
  2. Monitoramento: Pais e educadores devem monitorar as atividades online das crianças e adolescentes.
  3. Empoderamento das Vítimas: Fornecer recursos e apoio para que as vítimas possam denunciar e lidar com o cyberbullying.

Como Denunciar Cyberbullying

Denunciar cyberbullying é crucial para combater essa prática:

  1. Plataformas de Redes Sociais: Muitas redes sociais têm mecanismos para denunciar abusos e assédio.
  2. Autoridades Escolares: Informar a escola pode ajudar a tomar medidas apropriadas.
  3. Autoridades Legais: Em casos graves, pode ser necessário envolver a polícia ou outras autoridades.

Como relatar um ato de Bullying na Escola (Estado de São Paulo)

Para relatar um ato de bullying, sugerimos seguir estas etapas simples:

  1. Primeiro, converse com a direção da escola. Eles são responsáveis por coordenar todas as atividades na escola. Explique suas preocupações e dúvidas para que possam fornecer as informações necessárias.

  2. Se você não estiver satisfeito com a resposta da direção da escola, procure a Diretoria de Ensino responsável pela escola. Lá, você pode conversar com o supervisor de ensino que pode oferecer orientações e esclarecimentos sobre o assunto.

  3. Se ainda tiver dúvidas ou precisar de mais assistência, entre em contato com a Ouvidoria da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Você pode acessar o site www.educacao.sp.gov.br, clicar em "Institucional" e depois em "Ouvidoria", ou Clique Aqui! para fazer uma reclamação ou relato. Você também pode visitar pessoalmente a Ouvidoria na Praça da República nº 53, Centro, São Paulo, SP, ou ligar para o telefone (11) 2075 4215, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Com novo número de WhatsApp, Disque 100 adota protocolo específico para recebimento de denúncias sobre violência nas escolas.

WhatsApp (61) 99611-0100 já pode ser acionado por meio de mensagens de texto, áudios, fotos e arquivos multimídia; ameaças também podem ser denunciadas.

O Disque 100 é um serviço que recebe denúncias de possíveis ataques ou ameaças a escolas, creches e outras instituições de ensino. Essas informações são enviadas com urgência para a polícia e outras autoridades competentes para que tomem as medidas necessárias.

Você pode fazer a denúncia de forma anônima, sem precisar se identificar. É importante que você forneça o máximo de informações possíveis, como:

  • Local da ameaça: Qual a escola, creche ou instituição de ensino que está sendo ameaçada?
  • Dados do suspeito: Se você souber, informe o nome, apelido ou qualquer outra informação que possa ajudar a identificar a pessoa que está fazendo a ameaça.
  • Informações sobre a ameaça: Como você ficou sabendo da ameaça? Foi por meio de redes sociais, mensagens de texto, bilhetes ou outro meio? Se a ameaça foi feita online, informe o site, rede social, endereço eletrônico, nome de usuário ou link do perfil onde a ameaça foi publicada.

Quanto mais informações você fornecer, mais fácil será para as autoridades investigarem a ameaça e protegerem as crianças e adolescentes.

Lembre-se: sua denúncia pode ajudar a evitar uma tragédia. Não hesite em ligar para o Disque 100 se você souber de alguma ameaça a uma escola ou creche.

Leis sobre Cyberbullying

Foi publicada a Lei 14.811/2024, que tem como objetivo proteger crianças e adolescentes da violência em escolas e ambientes similares. A lei também inclui o bullying e o cyberbullying no Código Penal, com punições mais severas para quem cometer esses crimes.

Agora, quem praticar bullying pode ser multado ou até mesmo preso, dependendo da gravidade do caso. Já o cyberbullying, que é o bullying praticado pela internet, pode levar a uma pena de 2 a 4 anos de prisão, além de multa.

A nova lei também aumenta a punição para outros crimes contra crianças e adolescentes, como sequestro, cárcere privado, incentivo ao suicídio ou automutilação pela internet e tráfico de pessoas.

Com essas mudanças, o governo espera combater a violência contra crianças e adolescentes, garantindo que eles tenham um ambiente seguro para estudar e se desenvolver.

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Impacto na Saúde Mental

Cyberbullying e Saúde Mental

O impacto do cyberbullying na saúde mental pode ser profundo. Estudos mostram que as vítimas de assédio online são mais propensas a desenvolver problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. O apoio psicológico e emocional é essencial para ajudar essas vítimas a se recuperarem.

Cyberbullying e Suicídio

Infelizmente, em alguns casos, o cyberbullying pode levar ao suicídio. O constante assédio e a sensação de não ter para onde fugir podem fazer com que a vítima sinta que a única saída é acabar com a própria vida. A conscientização e a intervenção precoce são essenciais para prevenir essas tragédias.

Cyberbullying entre Adolescentes e Crianças

Adolescentes

Os adolescentes são particularmente vulneráveis ao cyberbullying devido ao uso frequente de redes sociais. A pressão para se encaixar e a busca por validação online podem aumentar a exposição ao bullying virtual.

Crianças

Embora menos comuns, o cyberbullying entre crianças também ocorre. Crianças mais novas podem não ter as habilidades necessárias para lidar com o assédio online, tornando crucial a supervisão dos pais e educadores.

Cyberbullying na Escola

Papel da Escola

As escolas desempenham um papel crucial na prevenção e combate ao cyberbullying. Programas educacionais, políticas claras e suporte psicológico são essenciais para criar um ambiente seguro para todos os alunos.

Intervenção Escolar

Quando o cyberbullying ocorre, a intervenção escolar deve ser rápida e eficaz. Isso pode incluir conversas com os alunos envolvidos, notificação aos pais e, em casos graves, ações disciplinares.

Conclusão

O bullying algorítmico é uma realidade alarmante no mundo digital de hoje. Os algoritmos das redes sociais, ao amplificarem conteúdo negativo e criarem bolhas de ódio, inadvertidamente promovem o cyberbullying. É essencial que pais, educadores e a sociedade como um todo estejam cientes desses perigos e trabalhem juntos para prevenir e combater o bullying virtual. A educação, a conscientização e a intervenção precoce são fundamentais para proteger nossos jovens e garantir um ambiente online mais seguro e saudável.

Referências

Brasil. (2024). Lei nº 14.811, de 9 de julho de 2024. Institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos estabelecimentos educacionais ou similares, prevê a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e as Leis nºs 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), e 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2024/lei/l14811.htm.

BBC News Brasil. Como a inteligência artificial é usada para combater o bullying e monitorar pensamentos suicidas. BBC News, 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-47547753. Acesso em: 11 jul. 2024.

CUNHA, A. Lei cria medidas para proteção a vítimas de bullying e cyberbullying. Conjur, 07 fev. 2024. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2024-fev-07/lei-cria-medidas-para-protecao-a-vitimas-de-bullying-e-cyberbullying/. Acesso em: 11 jul. 2024. 

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Com novo número de WhatsApp, Disque 100 adota protocolo específico para recebimento de denúncias sobre violência nas escolas. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2023/abril/com-novo-numero-de-whatsapp-disque-100-adota-protocolo-especifico-para-recebimento-de-denuncias-sobre-violencia-nas-escolas. Acesso em: 11 jul. 2024.

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Como relatar um ato de Bullying na Escola Disponível em: https://atendimento.educacao.sp.gov.br/knowledgebase/article/SED-02096/pt-br. Acesso em: 11 jul. 2024.