A Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser

25/10/2021
De acordo com o psiquiatra americano, William Glasser este é o grau de aprendizagem que o nosso cérebro absorve em diversas maneiras diferentes
De acordo com o psiquiatra americano, William Glasser este é o grau de aprendizagem que o nosso cérebro absorve em diversas maneiras diferentes

Neste artigo, falaremos sobre William Glasser e sua pirâmide de aprendizagem.

Por Robson Silva*

Todos sabemos que as crianças aprendem mais rápido quando lhes é oferecido um bom incentivo, sendo o brincar uma das melhores ferramentas para isso, no entanto, raramente respondemos a perguntas como Quais são as suas reais fontes de aprendizagem desde a mais tenra idade? Como eles aprendem? De quem eles aprendem?

A todas essas perguntas responde William Glasser, que se encarregou de desenvolver uma pirâmide na qual se possa observar de onde vem o conhecimento de todos os adultos, ou seja, serve para indicar como as crianças aprendem.

Quem foi William Glasser?

William Glasser nasceu em Ohio em 11 de maio de 1925, era um psiquiatra norte americano, que estudou a Teoria da Escolha e da Teoria da Realidade, também reconhecido por ter desenvolvido uma teoria de causa e efeito por meio da qual tentava explicar o comportamento humano.

William Glasser (1925-2013)
William Glasser (1925-2013)

Glasser estudou na Case Western Reserve University em Cleveland, Ohio, Estados Unidos, onde obteve o diploma de bacharel em ciências em 1945, mestrado em psicologia em 1948 e doutorado em medicina em 1953. Entre 1954 e 1957 ele foi residente em psiquiatria em na University of California em Los Angeles e no Los Angeles Veterans Hospital, obtendo assim em 1961 a especialidade de Psiquiatria.

Como psiquiatra, desenvolveu teorias baseadas na escolha pessoal e na transformação pessoal, que passaram a ser consideradas polêmicas no campo da psiquiatria . William Glasser também aplicou suas teorias a questões sociais mais amplas, como educação, casamento, administração e saúde mental como um problema de saúde pública; Ele também era conhecido por seus alertas sobre os perigos e contratempos produzidos por sua profissão.

Além de ser um psiquiatra praticante, ele é co-autor e autor de vários livros relacionados a aconselhamento, saúde mental, melhoria escolar e ensino. Em 1967, ele fundou o Instituto de Terapia da Realidade, que rebatizou em 1994 como Instituto de Teoria do Controle, Terapia da Realidade e Qualidade Administrativa, mas acabou chamando-o de Instituto William Glasser em 1996.

"A boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes" (William Glasser)

A partir de seus estudos teóricos e práticos, William Glasser dedicou suas conclusões ao aprimoramento da aprendizagem. De acordo com suas teorias sobre a aprendizagem, a forma como a educação tem sido tradicionalmente compreendida sofre uma reviravolta devido ao surgimento de estímulos permanentes que chegam de diferentes direções.

Aprendizagem é o processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes
Aprendizagem é o processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes

Segundo Glasser, essa superestimulação exerce influência direta na forma como as novas gerações de seres humanos aprendem, ele considera que não é mais como antes de o aluno se sentar para ouvir o professor ou seguir suas recomendações sobre o que fazer, o que estudar ou fazer. para ler.

Este renomado psiquiatra considerou que hoje a informação flui por todas as áreas sociais do aluno, além de recarregar as mídias das tecnologias convencionais às modernas como os dispositivos móveis e a internet, que hoje se tornam fontes imediatas de conhecimento que entram na memória e sensibilizam os alunos.

Para que todos entendam claramente sua teoria, William Glasser decidiu criar uma pirâmide chamada " Pirâmide de Aprendizagem", na qual ele propõe um esquema por meio do qual os alunos podem entender como aprendem.

Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser

A pirâmide de aprendizagem de William Glasser, também conhecida como cone de aprendizagem, é um modelo que retrata os diferentes níveis de dificuldade quando se trata de aprendizagem. Quanto mais alto na pirâmide, mais difícil é o nível de aprendizagem. O nível mais baixo, retenção, é o mais fácil de alcançar, enquanto o nível mais alto, criação, é o mais difícil

Em sua Pirâmide de Aprendizagem, William Glasser expõe em termos breves e facilmente verificáveis pela experiência quais são as maneiras mais eficazes de um aluno corrigir o conhecimento que recebe na escola, em casa ou na frente de um computador. De acordo com Glasser, os estímulos visuais, auditivos e emocionais se complementam para aprimorar o aprendizado.

Levando em consideração o que Glasser descreveu na Pirâmide de Aprendizagem, sua teoria pode ser explicada da seguinte forma:

  • 10% do que se lê é aprendido, ou seja, embora a leitura tenha múltiplos benefícios no desenvolvimento do intelecto e da criatividade, Glasser garante que na realidade você não aprende com o que lê, mas serve para desenvolver outras habilidades essenciais e facetas que estão intimamente ligadas à aprendizagem.
  • Aprendemos 20% do que se ouve, embora o sentido da audição seja essencial, a escuta ativa também é, ou seja, ouvir não é ouvir.
  • Você aprende 30% do que vê, segundo Glasser a informação que entra pelos olhos é muito valiosa e deixa uma marca em nossa memória.
  • Aprende-se 50% do que se vê e se ouve, pois, a união dos dois sentidos melhora notavelmente a capacidade de aprendizagem. Glasser recomenda que o professor, além de dar a aula oralmente, acompanhe com imagens, para que seja menos difícil para os alunos assimilarem o conhecimento.
  • Você aprende 70% do que discute com os outros, porque quando aprende a argumentar tem uma ferramenta essencial para a aprendizagem. Dialogar, falar, perguntar, enumerar, debater e raciocinar, defendendo uma posição e ouvindo a outra, contribui para a aquisição de novos conhecimentos e ao mesmo tempo desenvolve o pensamento crítico.
  • Você aprende 80% do que você faz, ou seja, você aprende com os erros, portanto, é imprescindível deixar a criança errar, descobrir, testar, analisar e se identificar, para que ela desenvolva autonomia e fortaleça sua autoestima, dessa forma ela será tentado a buscar novos conhecimentos.
  • Você aprende 95% do que é ensinado aos outros, porque as relações sociais são a base do aprendizado e você aprende a partir do momento em que consegue ensinar esse conhecimento a outras pessoas.

De acordo com o psiquiatra americano, William Glasser este é o grau de aprendizagem que o nosso cérebro absorve em diversas maneiras diferentes. 

Então, para quem me pergunta sobre qual a melhor maneira para se tornar excepcional na sua área de atuação a resposta é: Compartilhe conhecimento, ensine outras pessoas.

Assista pelo YouTube: https://youtu.be/ktG5NGaEgbc

*Possui graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário Fundação Santo André (2002). Pós-graduado em Gestão Escolar Pelo Centro Universitário SENAC e especialização latu sensu em gestão, planejamento, implementação da Educação a Distância pela UFF (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE). Atualmente é Diretor de Escola da Rede Municipal de Educação de São Paulo. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem, atuando como Coordenador Pedagógico e Professor de Ensino Fundamental I tanto nas Rede de Ensino de São Paulo/SP como de Diadema/SP. E-mail: [email protected]

Referências

SILVA, F. L.; MUZARDO, F. T. Pirâmides e cones de aprendizagem: da abstração à hierarquização de estratégias de aprendizagem. Dialogia, São Paulo, n. 29, p. 169-179, mai./ago. 2018.